CESÁRIO VERDE



*

Naquele pique-nique de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas

*

da poesia de Cesário Verde

Comentários

AFRICA EM POESIA disse…
Dia 17 de Outubro Almoço Na Mealhada nos 3 Pinheiros Dos alunos do Colégio do Negage e amigos
Beijos e...




Ai-u-é...
Que sôdade...
Eu tenho de ti!...
......................
Ai-ú-é...
Que sôdade...
Eu sinto do "antigamente"...
....................
Ai-u-é...
Que sôdade...
Do funge e do pirão...
...................
Ai-u-é...
Que sôdade ...
Eu tenho de ti...
Terra do lado de lá...
...................
Ai-u-é...
Que sôdade...
Da vida livre...
..............
Ai-u-é...
Que sôdade...
Dormir com a porta aberta...
E saber que o dia seguinte...
Vinha tranquilo...
..................
Ai-u-é...
O "antigamente"...
Era mesmo o "paraíso"...
....................
Ai-u-é...
E era também...
Vida livre.



lili laranjo

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